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Dr. Cleber disse que tem uma “Nova Ideia” para a política de Coité

Cleber Couto

Entrevista com Dr. Cleber Couto

Advogado formado e trabalhando não só em Coité, como em todo o estado da Bahia há mais de 20 anos, Dr. Cleber Couto se especializou como assessor jurídico de Prefeituras e Câmaras de Vereadores. Ao longo dos anos, adquiriu experiência não só como militante do Direito, como também na administração pública, por atuar ao lado de gestores municipais e acompanhar os acertos e fracassos de muitos políticos.

Agora, Dr. Cleber resolveu se posicionar como pré-candidato a prefeito de Conceição do Coité, estando filiado ao PEN – Partido Ecológico Nacional. Seu argumento: “Uma Nova Ideia”.

O Jornal O Sertão, diante da novidade política, resolveu entrevistar o pré-candidato, tentando esclarecer aos leitores o que seria essa “Nova Ideia”.

 

O Sertão – Dr. Cléber Couto, o senhor, de fato, é pré-candidato a prefeito de Coité?

Cleber Couto – Meu querido Mário Silva, há muitos anos nos conhecemos, inclusive colaborei para o Jornal O Sertão como colunista. Desde aquele tempo, sempre sonhei com uma Conceição do Coité moderna, que se destacasse como centro da região do sisal. Assessorei o segundo mandato de Vertinho, trabalhei com Tom, votei em Renato e em Assis. Com o atual gestor, também trabalhei por mais de um ano. A todos dispenso a minha amizade e respeito pessoal. Mas não sou amarrado a nenhum grupo político. Aliás, entendo que essa postura de transformar as eleições em um “Ba-Vi” tem atrapalhado, e muito, a qualidade da gestão pública municipal. Por isso me coloco como pré-candidato a prefeito de Coité, com o objetivo de estabelecer uma nova maneira de se fazer política e gestão pública.

 

O Sertão – Qual seria então essa nova ideia?

Cleber Couto – Entendo que as eleições não podem ser encaradas por motivações pessoais, muito menos estimuladas por paixões políticas, que encobrem o verdadeiro objetivo da democracia eleitoral. O prefeito e os vereadores devem ser escolhidos pela sua qualidade enquanto administradores e fiscais das finanças públicas. Principalmente agora, no momento em que o Brasil atravessa uma grave crise econômica. Os recursos são escassos e as necessidades são enormes. O prefeito eleito irá se deparar com um quadro muito sério. Existem carências na área da infraestrutura, da saúde, da segurança pública, muita coisa ainda precisa ser feita na educação, os vencimentos dos servidores municipais estão defasados e não há dinheiro para resolver essas demandas. Assim, o futuro prefeito deve ser, além de honesto, eficiente, competente e não pode estar comprometido com um grupo político específico, de modo a satisfazer apenas os interesses de uma minoria. Vejo que os gestores tem medo de enfrentar situações que desagradam interesses de lideranças, por conta de seus compromissos políticos. Enquanto isso, o que deve ser feito fica pra depois. Falta planejamento a médio e longo prazo. Coité cresceu muito nos últimos vinte anos e ainda nos comportamos como uma cidade da década de setenta. Falta planejamento, falta visão de futuro. Nosso município tem um povo empreendedor; mas o poder público municipal deveria funcionar como um suporte para esse empreendedorismo. Ao longo dos anos, observando a forma de administrar dos prefeitos municipais, posso tranquilamente constatar que eles devem ser mais criativos e ter coragem de impor a sua visão de gestão. Se não houver coragem e vigilância, com pouco tempo o gestor mergulha em um mar de problemas diários e vai lhe faltar tempo para planejar, para construir algo diferente, melhor.

 

O Sertão – Mas ainda não ficou claro o que seria essa nova ideia.

Cleber Couto – O número do meu partido coincidiu com a nossa proposta. O PEN tem o número 51. Brincadeiras à parte, acho que a qualidade da administração municipal depende do processo das eleições. Alguém ou algum grupo que gasta uma fortuna para se eleger, aos meus olhos, não vai tirar esse dinheiro do próprio bolso. Compra de votos, acertos financeiros com lideranças políticas, promessas de cargos públicos, com certeza, comprometem o futuro governo municipal. Já vimos isso, de forma cristalina, na política nacional. Não estou acusando ninguém, mas uma eleição viciada pelo poderio econômico só pode frustrar uma administração que deve ser transparente e eficiente. Assim, me posiciono no sentido de ter a coragem para ousar. Não pretendo participar de um processo eleitoral nos moldes tradicionais. Não pretendo gastar nada mais do que o necessário para divulgar o nosso projeto. Caberá à sociedade acreditar nessa nova ideia ou escolher o tradicional. Não faz sentido gastar-se uma fortuna para realizar uma carreata. Carro não vota. Não faz sentido se gastar tanto para realizar um comício, no qual as ideias, as propostas ficam esquecidas e um culto à personalidade é valorizado.

 

O Sertão – O senhor poderia voltar atrás na sua decisão de ser candidato?

Cléber Couto – Se houver alguém que possa levantar essa bandeira, defender o projeto no qual acredito, com facilidade posso me aliar e retirar meu nome do processo, sem restrições. Entendo que as ideias são mais importantes do que as pessoas. Essas passam, morrem; mas as ideias permanecem vivas, se forem boas. Há muitos anos venho tentando levantar um grupo que pense Coité. Sem nomes, sem interesses pessoais. Sei que isso é complicado. Já me decepcionei algumas vezes, mas não deixo de acreditar nos meus ideais.

 

O Sertão – Quem seria seu vice?

Cléber Couto – Como já disse, não me preocupo com nomes. Todos aqueles que tiverem afinidade com a proposta são bem vindos. Não há restrições, porque sou amigo de todos. Nunca tive inimigos nem pessoais, muito menos políticos. Buscamos criar pontes entre os grupos e não estamos aprisionados a barreiras religiosas, muito menos objetivando dividir. Queremos propor, somar, construir; jamais implodir o que já foi feito.

 

O Sertão – Se fosse eleito, o que faria, segundo essa nova ideia?

Cléber Couto – Não iria perseguir ninguém pela sua opção política. A eleição acaba no dia 02 de outubro de 2016. Depois disso o candidato eleito será prefeito de todos. Iria escolher os melhores nomes para me ajudar a governar o município, sem preocupações partidárias, sem desconfianças pessoais. Iria ouvir mais os servidores municipais, que são a linha de frente da administração municipal. Eles nunca foram ouvidos em Coité. Iria focar na arrecadação própria, que é extremamente baixa para o porte de nossa cidade, criando isenções para as pessoas pobres, mas corrigindo distorções que acontecem por conta de um setor tributário que carece de investimento e organização. Iria valorizar o setor de projetos e convênios e me dedicar pessoalmente na obtenção de recursos federais e estaduais, deixando para o Secretário de Administração a árdua tarefa de cuidar da folha de pagamento e das questões internas da prefeitura. Iria me reunir mais com os secretários, estabelecer metas, planejar em conjunto com as pessoas que irão compor o primeiro escalão do governo, focando nas necessidades reais da comunidade. Isso é governar com eficiência. Não adianta obter um equipamento público que não se sabe de onde virão os recursos para fazê-lo funcionar. Isso é obra eleitoreira. Não iria desfazer os que os ex-gestores fizeram. Iria estabelecer um diálogo permanente com os ex-prefeitos, incluindo-os no processo de diagnóstico e planejamento. Isso se eles tivessem interesse, claro. Iria, de fato, impessoalizar a gestão municipal, economizando na publicidade, para investir nas reais carências do município. Isso é apenas uma parte do que proponho.

 

O Sertão – muito obrigado pela entrevista.

Cléber Couto – Sempre às ordens. Mas gostaria de propor ainda que os candidatos e os eleitores priorizassem a paz e o respeito às diferenças, afinal, as amizades não podem se desfazer por conta de algo que acabará em outubro. Somos todos coiteenses e somos todos amigos. Deus vos abençoe e vos guarde.