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Marcelo Calero diz que vai ‘preservar conquistas’ à frente do MinC

 

mincAntes de assumir pasta, novo ministro diz que manterá diálogo com setor. Programa da prefeitura do Rio pode ser copiado pelo governo federal.

Mirelle de FrançaDo G1 Rio

Marcelo Calero, que deve assumir na terça-feira o MinC (Foto: Reprodução GloboNews)

Três dias após ser anunciado como secretário nacional de Cultura, o carioca Marcelo Calero passou a tarde deste sábado (21) se preparando para assumir o Ministério da Cultura (MinC) na próxima terça-feira (24), após o presidente em exercício Michel Temer decidir recriar a pasta, em resposta à reação da classe artística diante da extinção do ministério. Desde de segunda-feira, manifestantes ocupavam prédios públicos ligados ao MinC em mais de 20 capitais, contra a transformação do ministério em secretaria vinculada ao ministério da Educação.

“Agora é muito trabalho e uma grande tarefa pela frente, tratar de fazer um bom diálogo com todos os fazedores de cultura e tratar de aprofundar as políticas exitosas e criar novos programas, além de preservar as conquistas”, disse Calero em entrevista ao G1.

Segundo Calero, que até ser indicado para a nova Secretaria de Cultura do governo federal era secretário de Cultura da prefeitura do Rio, o programa Cultura Viva – que tem como objetivo ampliar o acesso da população à produção cultural em parceria com estados e municípios – está entre os que ele considera bem-sucedidos: “Na nossa trajetória do Rio, a gente apresentou soluções que avançavam em relação a essa base do Cultura Viva”.

O futuro ministro, de 33 anos, com passagens pela CVM, Petrobras e pela diplomacia, contou que está procurando fazer uma boa transição, antes de traçar novos caminhos. “Cheguei faz pouco tempo e agora, justamente, a gente está tratando de fazer uma boa transição, avaliando tudo que foi deixado pela gestão anterior. Acreditamos que, em breve, essa tarefa vai estar concluída e a gente vai poder indicar caminhos mais precisos e concretos”, afirmou.

Sobre quais nomes poderiam compor sua equipe, Calero garantiu que serão indicadas pessoas ligadas ao meio cultural. “Esse final de semana eu estou aqui no Rio justamente fazendo algumas articulações. Já tenho alguns nomes em mente, mas estamos fazendo isso com bastate cuidado e bastante cautela. O que eu posso garantir à população é que haverá um corpo técnico muito bem escolhido, pessoas que entendem da gestão cultural numa perspectiva muito republicana”.

De acordo com Calero, programas implementados durante a sua gestão na prefeitura do Rio, como Ações Locais e o Territórios de Cultura, poderão servir de inspiração para novas diretrizes do MinC.

“A gente desenvolveu na prefeitura do Rio dois programas muito paradigmáticos em relação à territorialização dos investimentos culturais que foram o Ações Locais e os Territórios de Cultura. Eles contituem modelos importantes pra gente tomar por base para avaliação de novos”, frisou o novo ministro da Cultura.

O Territórios de Cultura é um prêmio que seleciona 45 pessoas atuam no setor cultural, em locais historicamente violentos da cidade, como Senador Camará, Vila Kennedy, Maré, Complexo do Alemão e Complexo da Penha. Também com o objetivo de fomentar a cultura, em 2014, quando Calero estava à frente da Secretaria Municipal de Cultura do Rio, foi criada o Ações Locais, iniciativa que premia ações culturais de alcance local na cidade, sendo 65 de pessoas físicas e 20 microempreendedores individuais.

“Você financia pequenas atividades culturais, de produtores que normalmente não tinham acesso a investimento público. Com pequenas quantias, eles conseguiam realmente trazer impacto nos territórios onde eles aconteciam, não só em termos culturais, mas sócio-econômicos, com geração de emprego e renda”, explicou.

Mendonça Filho O ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM-PE), disse neste sábado (21) que a pressão dos artistas influenciou para a recriação do Ministério da Cultura (MinC). Ele afirmou que “a pressão legítima de atores que promovem e fazem a cultura no Brasil faz parte do processo democrático. A gente tem que entender como algo legítimo”.

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Mendonça Filho destacou que houve uma “exploração política indevida de um tema que não tem nada a ver com a discussão”. Ele afirmou que decidiu recriar o MinC como uma “sinalização do diálogo”.

Colaborou Nicolás Satriano